
Choro na hora de fazer xixi, febre, falta de apetite, peso abaixo do normal,
odor forte na urina ou presença de sedimento. Esses são os sintomas que
acometem as crianças com infecção urinária, mais comum em meninos no primeiro
ano de vida e em meninas na idade pré-escolar e escolar. O acompanhamento deve
ser realizado com o pediatra, pois quando não bem tratado, esse incômodo pode
ocultar malformações do trato urinário que acarretam quadros de insuficiência
renal, necessitando de diálise e transplante. As causas da
infecção urinária variam de acordo com o sexo e a faixa etária. Segundo
Dr. Nuncio Vicente De Chiara, responsável pelo Setor de Urologia Pediátrica do
Serviço de Cirurgia Pediátrica do Departamento de Pediatria da Santa Casa de
São Paulo, ela não é comum em recém-nascidos, portanto, quando ocorre, deve-se
pensar numa malformação do trato urinário. “Embora, hoje a maioria dessas
malformações já são diagnosticadas durante a gestação pelo exame
ultrassonográfico da gestante, muitas podem passar despercebidas e são
diagnosticadas nos primeiros meses de vida por ocasião de uma infecção
urinária. Em geral, são quadros graves, que necessitam de internação
hospitalar”. Já em crianças maiores, a infecção em meninas é devida, na maioria
das vezes, por contaminação da bexiga e uretra por bactérias que são comuns nas
suas próprias fezes ou por um hábito inadequado, como segurar a urina muito
tempo ou até mesmo ir ao banheiro com frequência exagerada. “Nessas pacientes,
deve-se estimular para que urinem quando tiverem vontade, não inibindo o desejo
miccional, e, se possível que não fiquem mais que três horas sem urinar.
Associar uma higiene adequada, preferencialmente lavando o períneo após as
evacuações e de frequentarem praia ou piscina”, recomenda Dr. Núncio. Nos
meninos, é importante verificar se não apresentam fimose, que, de acordo com o
especialista, é a fonte de proliferação de bactérias que causam infecção
urinária. “A prevenção é a higiene adequada no banho e, quando a fimose
dificulta o processo, há indicação de operação”.
Sintomas variam com
a idade da criança
De acordo com Dr. Núncio, nos bebês até um
ano, os sinais mais frequentes do problema são febre, falta de apetite e
dificuldade para ganhar peso, e, mais raramente, odor forte na urina e presença
de sedimento. Em poucos casos ocorre dor para urinar exteriorizada pelo choro.
Nas crianças maiores, a dor no momento de fazer xixi é o sintoma mais relatado,
alem de baixo ventre dolorido e urina com odor forte e sedimento. Quando essas
manifestações também são acompanhadas de febre, a infecção deve ser considerada
grave, pois pode haver comprometimento renal. “Na suspeita de infecção
urinária, o pediatra deve ser sempre consultado, pois somente o médico tem
condições de avaliar adequadamente o paciente, confirmar o diagnóstico,
pesquisar o motivo e tratar. Dessa forma, podem ser evitadas ou minimizadas
significantemente as complicações futuras”, alerta o especialista.
Tratamento
A infecção urinária infantil é inicialmente tratada com a ingestão de
antibiótico. Quando o fator é uma malformação do trato urinário, além do
medicamento, é indicada a cirurgia. O procedimento cirúrgico também é
recomendado para meninos que possuem fimose que dificulta a limpeza, o que pode
acumular as bactérias causadoras da doença. Quando a infecção é recorrente ou a
criança tem menos de um ano, é importante a pesquisa da causa com exames de imagem,
pois há grande possibilidade de se tratar de uma malformação do trato urinário.
“Vale ressaltar que assim como o pediatra é importante no diagnóstico e
tratamento da infecção urinária, o cirurgião pediatra especializado em Urologia
Pediátrica é quem deve acompanhar as crianças portadoras de malformações do
trato urinário”, completa Dr. Núncio
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